sábado, 19 de março de 2011

Destaque da luta livre, carioca abre mão da vaidade pelo sonho olímpico

As unhas compridas, o cabelo bem penteado e o batom só entram em cena quando a lutadora de estilo livre Gilda Oliveira está de folga dos combates. Responsável pelo primeiro ouro do país no Torneio Granma e Cerro Pelado, tradicional competição cubana, a carioca de 27 anos abriu mão de morar em sua cidade e aprendeu a deixar de lado a vaidade pelo sonho de chegar aos Jogos Olímpicos de Londres-2012.
Tenho que abrir mão de muitas coisas pela luta. Eu sou muito vaidosa, mas não posso ter unhas grandes, não posso me preocupar com o cabelo. Tenho que ficar descabelada durante as lutas – brincou Gilda.
Tudo por uma boa causa. Desde pequena, a carioca tinha o sonho de um dia virar atleta. E de luta. Primeiro, tentou o jiu-jitsu e se destacou ganhando títulos estaduais, nacionais e até internacionais. A dificuldade para conseguir patrocínio em um esporte que ainda sofre preconceito, no entanto, fez Gilda abrir os olhos para a modalidade olímpica.
- Um dia tive uma entrevista para tentar patrocínio e não aceitaram por eu não praticar uma modalidade olímpica. Resolvi procurar outro esporte e acabei indo parar na luta. Mas só há dois anos consegui me dedicar integralmente. Antes, ainda tinha que trabalhar e estudar – disse a atleta formada em Educação Física.
Adeus ao Rio em prol do sonho olímpico
A dedicação total à luta veio quando recebeu o convite para treinar no Sesi de Osasco, em São Paulo. Certa de que esse era um importante passo rumo ao sonho olímpico, arrumou as malas e, com o coração apertado, deixou sua cidade.
- Foi bem difícil abrir mão de ficar perto da família, da minha cidade e dos meus amigos. Se eu disser que me adaptei, estarei mentindo. Gosto muito de ir à praia, acho que isso é o que mais sinto falta.

O esforço, no entanto, já está sendo recompensado. Após ficar em terceiro no Campeonato Sul-Americano 2010, em Medellín, na Colômbia, a brasileira conquistou na categoria até 72kg a inédita medalha de ouro do país no Torneio Granma e Cerro Pelado, em Cuba, no mês passado.
- Fiquei muito feliz, principalmente por ser inédito. Demorou uns três dias para cair a ficha. Vinha de uma lesão no joelho direito, então estava insegura. Consegui até mais do que imaginava.
  http://globoesporte.globo.com/lutas/noticia/2011/03/destaque-da-luta-livre-carioca-abre-mao-da-vaidade-pelo-sonho-olimpico.html

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